Memória Política

Livro revela Operação do SNI que derrubou governador do Paraná

“1971: a queda de Leon Peres” traz novos documentos sobre um período turbulento na política paranaense

 

Há 50 anos caiu o primeiro e único governador paranaense indicado pelos militares da Revolução de 1964. Haroldo Leon Peres foi 103º governador do Paraná. Assumiu a 15 de março de 1971 e somente 252 dias depois apresentou uma carta de renúncia que, nos bastidores e na história, episódio que ficou conhecido como o primeiro governador a ser “cassado” pelo movimento de 64. A renúncia foi o ponto final de uma história de um governo conturbado, envolvido em atritos com os poderes Legislativo e Judiciário, escândalos e tentativa de achaque contra um poderoso empresário paranaense da construção civil, que acabaram o derrubando.
A trajetória do governo Leon Peres – um carioca que fez de Maringá, Interior do Paraná, sua base política – e dos seus episódios virou tema de um livro escrito pelo historiador Jair Elias dos Santos Júnior e pelo jornalista Jean Luiz Féder. A obra “1971: conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres”, terá seu lançamento no dia 23 de novembro – a data da renúncia – nas Livrarias Curitiba, no ParkShopping Barigui, em Curitiba, a partir das 19h.
Censura
Leon Peres, foi escolhido pela ditadura em 1970 para suceder o governador Paulo Pimentel. Durante os meses que permaneceu no Palácio Iguaçu, brigou, também, com o Tribunal de Contas, mudou substancialmente a Constituição do Estado e entrou em conflito com uma parte da imprensa paranaense, justamente o maior grupo de comunicação à época, comandado pelo governador que o antecedeu. E como eram os tempos mais duros da Revolução, os jornais, rádios e canais de televisão de Curitiba receberam ordens de censura, por meio de bilhetes, proibindo a publicação de matérias contra o governo.
Os autores tiveram acesso aos dossiês elaborados pelo SNI (Serviço Nacional de Informações) que investigou o governador, o irmão dele e um dos seus assessores desde outubro de 1971. O caso final envolveu Cecílio do Rego Almeida, um dos maiores empreiteiros do Brasil, e ficou conhecido nos bastidores da política nacional, à época, levando à renúncia de Haroldo Leon Peres.

 

 

 

 

 

 

 

 

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